Pequenos Mistérios
Pessoas que compram os livros de blogs
Consigo perceber o que leva uma pessoa a editar o seu blog em livro. Mas já não consigo perceber o que leva alguém a comprá-lo. Exceptuando claro o seu autor e os seus familiares, amigos, conhecidos e empregados.
Primeiro, e como diz e muito bem o Jaquinzinhos, o livro está on-line.
Segundo, um post não raras vezes, tem ligações a outros posts, blogs, jornais, sites, etc. Como é que se consegue traduzir isso num livro ? Não consegue.
Terceiro, ninguém vai à net ler um blog. Vai ler os blogs. Não há blog algum que justifique apenas a sua leitura.
Quarto, nos blogs muitas vezes o mais interessante são os comentários. O que não retira mérito ao post que lhes deu origem, antes pelo contrário, mas a realidade é que o que merece atenção são os comentários e não o post em si.
Quinto, as imagens. Na maior parte das vezes, servem apenas de suporte ao que está escrito. É justificada a sua inclusão ? E a sua exclusão ?
Sexto, muito do que se escreve é completamente datado. Retiram-se esses posts. Mas não perderá o sentido ?
Sétimo, a experiência. A leitura de um jornal “sabe” melhor em papel, uma cerveja “sabe” melhor num copo alto, um café “sabe” melhor num chávena pequena, e um blog “sabe” melhor num computador. Não consigo explicar melhor.
Aqui há tempos, num programa do Francisco José Viegas, estavam lá o Daniel Oliveira (Barnabé) e o Pedro Mexia (Fora do Mundo). De tudo o que disseram retive dois momentos, um de cada, mas iguais. Foi quando disseram que a ideia de lançar em livro o blog não foi deles. Foi-lhes proposta. Como se tivesse vergonha e precisassem de se justificar. Como se soubessem à partida que os seus blogs não justificavam de todo em todo a sua edição em papel.
Deixei de fora “O Meu Pipi”, porque me parece ser o único que eventualmente justifica a sua passagem para o papel. Mas a diferença é que aqui é o próprio blog que mais parece a transcrição de um livro. E mesmo assim, também o seu autor sentiu necessidade de justificar a edição.
De resto, e se não foi perceptível nas minhas palavras, confesso que não li qualquer dos livros e nem sequer os desfolhei. Não foi por acaso. A minha opinião é independente do conteúdo de qualquer dos livros já editados.
Mais informo os “portugueses” do costume, que se eu puder editar este blog, com certeza que o farei. Mas é com a consciência de que é apenas para meu prazer e orgulho pessoal. Como certamente foi o caso destes autores.
Posto isto e para rematar, eu reformulo: Se um livro não tem razão de ser, o que leva alguém a comprá-lo ?
então e o da Rititi?
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