Estradas perigosas
No Dolo Eventual
Vou acrescentar apenas isto: entre 1994 e 2004 morreram 40 mil e 908 pessoas e 1 milhão e 240 mil e 36 pessoas ficaram feridas vítimas de acidentes de aviação nas estradas portuguesas. E então? Chegou a sua vez de passar ao ataque?
Com já aqui muitas vezes escrevi, as mortes na estrada são uma das maiores cegueiras em Portugal. Tivesse uma doença qualquer metade dos números que as estradas apresentam a esta hora já teríamos uma Secretaria de Estado só para tratar dela. Por isso, não encontram maior aliado nesta luta do que eu.
Mas não creio que apontar baterias a um anúncio que apenas pretende vender carros seja uma boa ideia. Qual é o mercado da BMW ? Pessoas que se julgam Fitipaldis na estrada, ou melhor, burros que se julgam Fitipaldis na estrada. Mas o problema não é da BMW, o problema são os burros que se julgam Fitipaldis na estrada. Culpar o anúncio não seria o mesmo que culpar filmes de violência, a música rap ou a Júlia Pinheiro, por alguém entrar num centro comercial aos tiros a toda a gente ?
Culpar os anúncios, filmes, músicas ou a Júlia Pinheiro apenas serve para desresponsabilizar os indivíduos enquanto únicos responsáveis pelos seus actos. E se estivéssemos a falar de crianças, sugestionáveis por natureza, ainda seria discutível, mas estamos a falar de adultos. E um adulto não pode ser sugestionável ? Pode, mas é responsável pelas sugestões que aceita e pratica.
A ACA afirma :
Sabemos que a publicidade agressiva e enganosa incita à violência rodoviária e promove os comportamentos anti-sociais na estrada.
Os Fitipaldis da estrada são burros com ou sem anúncios. O problema não é o anúncio incentivar à violência, mas sim glorificá-la. Acho que é negativo e uma péssima opção publicitária, mas até proibi-lo vai um grande passo.
E depois qual seria a linha entre um anúncio e outro ? Não seria o fim disto, a pura proibição de publicidade automóvel ? E o que se seguiria ? Proibição à publicidade dos doces por causa dos diabéticos ? Proibição à publicidade dos brinquedos por causa das crianças pobres ?
Mas não creio que apontar baterias a um anúncio que apenas pretende vender carros seja uma boa ideia. Qual é o mercado da BMW ? Pessoas que se julgam Fitipaldis na estrada, ou melhor, burros que se julgam Fitipaldis na estrada. Mas o problema não é da BMW, o problema são os burros que se julgam Fitipaldis na estrada. Culpar o anúncio não seria o mesmo que culpar filmes de violência, a música rap ou a Júlia Pinheiro, por alguém entrar num centro comercial aos tiros a toda a gente ?
Culpar os anúncios, filmes, músicas ou a Júlia Pinheiro apenas serve para desresponsabilizar os indivíduos enquanto únicos responsáveis pelos seus actos. E se estivéssemos a falar de crianças, sugestionáveis por natureza, ainda seria discutível, mas estamos a falar de adultos. E um adulto não pode ser sugestionável ? Pode, mas é responsável pelas sugestões que aceita e pratica.
A ACA afirma :
Sabemos que a publicidade agressiva e enganosa incita à violência rodoviária e promove os comportamentos anti-sociais na estrada.
Os Fitipaldis da estrada são burros com ou sem anúncios. O problema não é o anúncio incentivar à violência, mas sim glorificá-la. Acho que é negativo e uma péssima opção publicitária, mas até proibi-lo vai um grande passo.
E depois qual seria a linha entre um anúncio e outro ? Não seria o fim disto, a pura proibição de publicidade automóvel ? E o que se seguiria ? Proibição à publicidade dos doces por causa dos diabéticos ? Proibição à publicidade dos brinquedos por causa das crianças pobres ?