O triste Alegre
Se no princípio desta pré-campanha achei que Manuel Alegre iria ficar à frente de Mário Soares, podendo eventualmente passar à segunda volta, hoje já não penso assim.
A entrevista de Soares à Judite de Sousa pode ter revelado arrogância, mas revelou que sabe mais de táctica política a dormir que o Manuel Alegre acordado.
Veja-se o caso do problema que o Jorge Ferreira referiu no post anterior. Alegre parece um tonto no meio da ponte. Não abdica de ser deputado, mas não cumpre as suas funções. Não vota, mas diz que se fosse preciso ia votar. Se fosse preciso ?? Quer então dizer que a sua função de deputado na actual conjuntura de maioria parlamentar é dispensável ? E, pior ainda, um quinto dos deputados faltou mas ele foi o único que ficou mal visto. Falar em inabilidade política é pouco.
O partido, claro, não lhe perdoou. E aqui não concordo muito com o Jorge. Não que discorde que o partido não foi hipócrita, porque foi. Mas verdadeiramente o que é que Alegre estava à espera ? Não terá sido uma ingenuidade achar que o PS não iria aproveitar a situação ?
De resto, parece-me óbvio por que é que Manuel Alegre não abdica do mandato de deputado. Se por um lado não acredita que pode ganhar as eleições, por outro acredita que pode ter um bom resultado, (e ficar à frente de Soares já seria um bom resultado), pelo que, o que ele na verdade não quer abdicar é do seu lugar no aparelho partidário.
Só que esta táctica é um enorme erro político. Ao não se desligar dos laços que o unem ao partido, está a dar um sinal de falta de confiança às pessoas. Está ele próprio a mostrar que não acredita. E se ele não acredita, quem é que vai acreditar ?
Mas compare-se com Soares. Quando se apresentou, anunciou logo que se ia demitir de todos os cargos e ocupações que lhe preenchiam o tempo. Com isto deu um sinal claro que se estava a preparar para ser eleito e como tal não podia estar ligado a mais nada. Há uma diferença.
E compare-se ainda o entusiasmo de Mário Soares. Vai em terceiro na maior parte das sondagens, mas fala como se fosse ser eleito. Manuel Alegre, pelo contrário, parece resignado, conformado e anda inutilmente a desgastar-se com o partido.
A continuar assim, não auguro um bom resultado para Manuel Alegre.
Com alguma pena minha, devo dizer.
(Publicado n’O Eleito)
A entrevista de Soares à Judite de Sousa pode ter revelado arrogância, mas revelou que sabe mais de táctica política a dormir que o Manuel Alegre acordado.
Veja-se o caso do problema que o Jorge Ferreira referiu no post anterior. Alegre parece um tonto no meio da ponte. Não abdica de ser deputado, mas não cumpre as suas funções. Não vota, mas diz que se fosse preciso ia votar. Se fosse preciso ?? Quer então dizer que a sua função de deputado na actual conjuntura de maioria parlamentar é dispensável ? E, pior ainda, um quinto dos deputados faltou mas ele foi o único que ficou mal visto. Falar em inabilidade política é pouco.
O partido, claro, não lhe perdoou. E aqui não concordo muito com o Jorge. Não que discorde que o partido não foi hipócrita, porque foi. Mas verdadeiramente o que é que Alegre estava à espera ? Não terá sido uma ingenuidade achar que o PS não iria aproveitar a situação ?
De resto, parece-me óbvio por que é que Manuel Alegre não abdica do mandato de deputado. Se por um lado não acredita que pode ganhar as eleições, por outro acredita que pode ter um bom resultado, (e ficar à frente de Soares já seria um bom resultado), pelo que, o que ele na verdade não quer abdicar é do seu lugar no aparelho partidário.
Só que esta táctica é um enorme erro político. Ao não se desligar dos laços que o unem ao partido, está a dar um sinal de falta de confiança às pessoas. Está ele próprio a mostrar que não acredita. E se ele não acredita, quem é que vai acreditar ?
Mas compare-se com Soares. Quando se apresentou, anunciou logo que se ia demitir de todos os cargos e ocupações que lhe preenchiam o tempo. Com isto deu um sinal claro que se estava a preparar para ser eleito e como tal não podia estar ligado a mais nada. Há uma diferença.
E compare-se ainda o entusiasmo de Mário Soares. Vai em terceiro na maior parte das sondagens, mas fala como se fosse ser eleito. Manuel Alegre, pelo contrário, parece resignado, conformado e anda inutilmente a desgastar-se com o partido.
A continuar assim, não auguro um bom resultado para Manuel Alegre.
Com alguma pena minha, devo dizer.
(Publicado n’O Eleito)
Sou apoiante, mas não sou "cego", da candidatura do Manuel Alegre e também considero que ele não esteve bem nessa atitude. Mas não foi o único. Isto, no entanto, não lhe serve de desculpa.
9:52 PM
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