Obrigatório
António Amaral no seu melhor.
Mestres da guerrilha
Criticar o Pedro Abrunhosa porque se "vendeu" do BCP (a melodiosa campanha "Nós estamos aqui")— ou qualquer outro "inconformado" esquerdista às forças negras do "capitalismo"— pode ser comparado às críticas que fazem aos liberais que trabalham para o Estado? Afinal, ambos precisam de pão na mesa, e ambos trabalham com brio para o "inimigo".
Acontece que o liberal não pretende ser um exemplo ou modelo de virtude: resume o seu discurso a defender que o deixem viver honestamente a sua vida, e quem quiser fazê-lo debaixo da alçada do Estado ou outra organização, que o faça pelos seus meios ou de quem estiver disposto a fazê-lo voluntariamente consigo. Esta posição pode ser moral mas não é moralista.
O liberal não se opõe a que se trabalhe para o Estado, porque é um trabalho honesto como qualquer outro. Também não apela ao boicote dos serviços estatais públicos por "convicção" ideológica, porque sabe que Estado é uma organização intitucional que pode ser reformada por meios sujeitos a escrutínio democrático.
O esquerdista diz-nos que as pessoas "têm de" viver a vida da forma socialmente mais correcta. Cada "cidadão" é um devedor, produto, súbdito do Estado-sociedade, e portanto "deve ser" um exemplo para o próximo. Cada estatista é um mártir pela causa, desejoso de fazer os outros partilharem da sua graça.
O anti-capitalista não se coibe de proclamar as suas boas intenções altruistas e repete o self-righteous "faz o que eu digo...". Isto apesar de saber que o mercado é uma estrutura complexa e caótica que só pode ser condicionada limitando pouco a pouco as liberdades das pessoas pelo poder coercivo do Estado— "...ou então vais ver o que te faço".
A Direita Liberal trava uma "guerra ideológica convencional" contra os "mestres da guerrilha". Não é fácil.
ainda não tinha agradecido, obrigado!
um abraço,
António
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