Balancete Geral
Finalmente estamos no dia seguinte ao jogo com Angola.
Já não tinha mais paciência para o “povo irmão”, “encontro histórico”, “língua de Camões”, “lusofonia” etc, etc. Nos últimos dias foi uma competição entre jornalistas, comentadores, políticos, dirigentes desportivos e praticamente qualquer cromo que lhe aparecesse um câmara de televisão à frente, para ver quem é que dizia a lamechice mais politicamente correcta, daquelas que fica sempre bem dizer nestas alturas.
A mim ocorre-me que talvez a coisa seja exactamente ao contrário. Que não há aqui qualquer “encontro de irmãos” nem nenhum “afirmar da mundo português”.
Pensem bem. Quais eram as probabilidades de Portugal e Angola se defrontarem neste campeonato do mundo ? Para isso acontecer, como aconteceu, tiveram que concorrer as seguintes variáveis: - Portugal ir ao Mundial (é apenas a nossa quarta participação, pelo que nunca seria um dado adquirido); - Angola ir ao mundial (é a primeira vez que vai, pelo que está tudo dito); - o sorteio juntá-los no mesmo grupo. Repito-me : Quais eram as probabilidades de Portugal e Angola se defrontarem neste campeonato do mundo ? Poucas, muito poucas.
Resulta daqui, e como é lógico, que a probabilidade dos “países irmãos” se defrontarem num “encontro da lusofonia” para gáudio de toda a “comunidade portuguesa” por essa “diáspora” fora e desse modo “reafirmarem” a “língua comum” e os “laços comuns” e o “raio-que-os-parta comuns”, estava dependente de uma coisa tão simples como a bola bater na trave ou não. Isto não foi um "encontro histórico", foi um encontro casual, como são a seguir os encontro com o México e com o irão.
Por mim, apenas digo que ainda bem que os nossos “irmãos” não se lembraram de nos lesionar os jogadores como da última vez que a “lusofonia” se encontrou.
Já não tinha mais paciência para o “povo irmão”, “encontro histórico”, “língua de Camões”, “lusofonia” etc, etc. Nos últimos dias foi uma competição entre jornalistas, comentadores, políticos, dirigentes desportivos e praticamente qualquer cromo que lhe aparecesse um câmara de televisão à frente, para ver quem é que dizia a lamechice mais politicamente correcta, daquelas que fica sempre bem dizer nestas alturas.
A mim ocorre-me que talvez a coisa seja exactamente ao contrário. Que não há aqui qualquer “encontro de irmãos” nem nenhum “afirmar da mundo português”.
Pensem bem. Quais eram as probabilidades de Portugal e Angola se defrontarem neste campeonato do mundo ? Para isso acontecer, como aconteceu, tiveram que concorrer as seguintes variáveis: - Portugal ir ao Mundial (é apenas a nossa quarta participação, pelo que nunca seria um dado adquirido); - Angola ir ao mundial (é a primeira vez que vai, pelo que está tudo dito); - o sorteio juntá-los no mesmo grupo. Repito-me : Quais eram as probabilidades de Portugal e Angola se defrontarem neste campeonato do mundo ? Poucas, muito poucas.
Resulta daqui, e como é lógico, que a probabilidade dos “países irmãos” se defrontarem num “encontro da lusofonia” para gáudio de toda a “comunidade portuguesa” por essa “diáspora” fora e desse modo “reafirmarem” a “língua comum” e os “laços comuns” e o “raio-que-os-parta comuns”, estava dependente de uma coisa tão simples como a bola bater na trave ou não. Isto não foi um "encontro histórico", foi um encontro casual, como são a seguir os encontro com o México e com o irão.
Por mim, apenas digo que ainda bem que os nossos “irmãos” não se lembraram de nos lesionar os jogadores como da última vez que a “lusofonia” se encontrou.
É uma espécie de colonialismo kitsch, que felizmente já terminou :)
2:03 PM
bem dito ...
9:04 PM
Very cool design! Useful information. Go on! » »
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