Referendo
O debate na blogosfera sobre o aborto já começou há algum tempo. No entanto, depois de ler dezenas de posts ainda não vi nenhum a questionar aquilo que na minha opinião deveria ter sido a primeira questão para ambos os lados :
Depois deste referendo, quando é que vai ser o próximo ?
Ainda hoje, a meu ver inutilmente, muita gente se questiona se o aborto deveria ser assunto para referendos. Eu pessoalmente acho que é, mas independentemente da opinião que cada um possa ter hoje em dia, a realidade é que essa decisão foi tomada em 1998. A partir do momento em que, bem ou mal, o aborto foi referendado, nenhum parlamento tem a legitimidade política para mexer na lei, seja ela a favor ou contra. Felizmente, o nosso primeiro-ministro pensa assim. Se ele alterasse a lei em vigor com a maioria que tem na assembleia o que é que impedia que outra maioria fizesse o mesmo ?
Depois de feito um referendo sobre uma matéria qualquer, e tanto quanto conheço a nossa constituição, nada nela obriga a que seja feito outro, pelo que a decisão de fazer este foi política. Naturalmente questionável, como qualquer decisão política, mas se retirarmos da equação alguma arrogância da esquerda quando fala de “resolver um problema”, passados oito anos a minha percepção é que a sociedade portuguesa, distraída a ver a novela e o futebol, aceitou a decisão.
Até aqui tudo bem, mas e no dia a seguir ? Se é aceitável que oito anos depois os portugueses possam pensar de outra forma, então também o é daqui a outros oito. O que é que impede os partidários do NÃO de exigirem outro referendo em 2015 caso o SIM ganhe ? E porque não antes, se a decisão de o convocar é, como já vimos, política ? E se daqui a oito anos a maioria parlamentar da altura não for favorável à convocação de um novo referendo, terá legitimidade política para o fazer ?
E se o NÃO ganhar ? Como é que os cidadónicos, como a Helena Roseta, vão tentar “resolver o problema” ? Vão esperar mais oito anos ? E os defensores do NÃO vão aceitar que em 2015 se faça outro referendo ? Não terão direito a exigir que o assunto seja enterrado por muitos anos, ou pelo menos por mais do que oito ?
Depois deste referendo, quando é que vai ser o próximo ?
Ainda hoje, a meu ver inutilmente, muita gente se questiona se o aborto deveria ser assunto para referendos. Eu pessoalmente acho que é, mas independentemente da opinião que cada um possa ter hoje em dia, a realidade é que essa decisão foi tomada em 1998. A partir do momento em que, bem ou mal, o aborto foi referendado, nenhum parlamento tem a legitimidade política para mexer na lei, seja ela a favor ou contra. Felizmente, o nosso primeiro-ministro pensa assim. Se ele alterasse a lei em vigor com a maioria que tem na assembleia o que é que impedia que outra maioria fizesse o mesmo ?
Depois de feito um referendo sobre uma matéria qualquer, e tanto quanto conheço a nossa constituição, nada nela obriga a que seja feito outro, pelo que a decisão de fazer este foi política. Naturalmente questionável, como qualquer decisão política, mas se retirarmos da equação alguma arrogância da esquerda quando fala de “resolver um problema”, passados oito anos a minha percepção é que a sociedade portuguesa, distraída a ver a novela e o futebol, aceitou a decisão.
Até aqui tudo bem, mas e no dia a seguir ? Se é aceitável que oito anos depois os portugueses possam pensar de outra forma, então também o é daqui a outros oito. O que é que impede os partidários do NÃO de exigirem outro referendo em 2015 caso o SIM ganhe ? E porque não antes, se a decisão de o convocar é, como já vimos, política ? E se daqui a oito anos a maioria parlamentar da altura não for favorável à convocação de um novo referendo, terá legitimidade política para o fazer ?
E se o NÃO ganhar ? Como é que os cidadónicos, como a Helena Roseta, vão tentar “resolver o problema” ? Vão esperar mais oito anos ? E os defensores do NÃO vão aceitar que em 2015 se faça outro referendo ? Não terão direito a exigir que o assunto seja enterrado por muitos anos, ou pelo menos por mais do que oito ?
Eu vou votar SIM e agrada-me a possibilidade que a lei possa ser alterada, mas acho que este referendo foi muito mal preparado politicamente. Talvez no fundo o Eng.Sócrates estivesse interessado apenas em calar os cidadónicos e a esquerda caviar, porque outra das minhas percepções é que o resultado vai ser igual ao anterior.
Bem visto.
Também estou convencido que o NÃO vai prevalecer.
Eu sou pelo NÃO e daqui a oito anos cá estaremos outra vez!
11:48 PM
Se o NÃO ganhar, não creio que haja um referendo tão cedo.
12:05 AM
Great post, thanks for writing
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