Reposição
Este blog não é do Norte
(Publicado em Setembro de 2005)
O Luis Sequeira do Abnegado denuncia, e bem, que quando o Ludgero Marques diz “Norte” deve ler-se “Empresários do Norte”.
(Publicado em Setembro de 2005)
O Luis Sequeira do Abnegado denuncia, e bem, que quando o Ludgero Marques diz “Norte” deve ler-se “Empresários do Norte”.
Percebo muito bem o que é isto. E acrescentava que não é “Empresários do Norte”, mas sim “Empresários do Porto e arredores”. O Norte, na boca de muita gente não é o Norte. Porque o Norte vai do Porto a Bragança e não acaba em Penafiel. No fundo, quando se referem ao Norte só estão a falar do Porto e arredores. Porque verdadeiramente é só isso que lhes interessa. A discriminação que eles dizem sentir em relação a Lisboa é a mesma que exercem com as pessoas que são do Minho e Trás-os-Montes. Se os lisboetas dizem que Portugal é Lisboa e o resto é paisagem, para estes, o Norte nem paisagem tem. É só Porto e arredores.
Usam a palavra Norte porque assim é mais fácil de vender a ideia do “nós contra eles”. Porque para haver indignação, o “eles” tem que ser manifestamente inferior ao “nós” em tamanho, em população, em recursos, etc. Como o Porto perde em qualquer parâmetro com a capital e assim não se pode obviamente reivindicar igualdade de distribuição de recursos, pondo em confronto o Norte e Lisboa, a ideia já se torna mais apelativa.
Além de que aquilo que interessa a esta gente é apenas o dinheiro caído do céu. As críticas ao Centro Cultural de Belém e à Expo não foram por terem sido enormes desperdícios de dinheiro, mas por terem sido enormes desperdícios de dinheiro em Lisboa, ou melhor, não foram no Porto e arredores. A melhor defesa que têm para a derrapagem das contas na Casa da Música é : “E em Lisboa ? As contas também não derraparam ?”
Mas apesar de tudo, o Ludgero Marques não é o pior. O maior instigador deste embuste é o Pinto da Costa. Entre todas as alarvidades que ele produz, a minha preferida é a do “Estádio de Oeiras”. Qualquer estádio que se designe por nacional tem que se localizar num sítio qualquer. Ou o estádio de França é o estádio de Paris ?Claro que se pode discutir a relevância da localização específica do estádio, mas nunca nos termos que ele o faz. O que ele diz é que nenhum estádio pode ser nacional. E isto é pura imbecilidade. Claro que se o Estádio Nacional fosse por exemplo em Vila Nova de Gaia …
Enfim, já sei que a seguir vou levar com o estigma de que “este homem não é do Norte”.Pois não. Sou de Trás-os-Montes.
Nota : Os arredores são para as casas de praia, centro de exposições, etc. Ou seja, tudo aquilo que não cabe dentro dos limites da Circunvalação.
Comentário para concordar com quase tudo (o facto de se ter telhados de vidro não significa que não se possa e não se deva criticar a centralização na área de Lisboa). E uma nota: não sei como é agora, mas há uns anos Ludgero Marques representava (ou dava voz) ainda menos do que aos "empresários do Porto e arredores", como se refere, mas a "industriais do Porto e arredores" e a um determinado tipo de industriais de determinado tipo de industrias. Espero que já não seja assim, mas era.
11:29 AM
Mai nada, catano!!!!
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