Jorge Sampaio, o Militante
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O PS está a tentar criar na opinião pública a ideia de que já ganhou as eleições e que a questão agora é só se as vai ganhar com ou sem maioria. Como partido concorrente às eleições é perfeitamente legítimo e até inteligente. Os partidos adversários que desmontem a propaganda se conseguírem. Lembro-me que o Cavaco fez o mesmo em 1987. E com bons resultados para ele, (e para o país, digo eu).
As sondagens nesta fase são no entanto, e como dizia o Jaime Pacheco, uma faca de dois legumes.
Se por um lado dão ao PS uma vitória, por outro não lhe dão claramente a maioria. E isto pode ser negativo. O eleitorado indeciso pode ser levado a pensar que é preciso votar PS para obter a maioria ou pode pensar que como não é possível, não vale a pena sequer ir votar. No fundo, Sócrates está a lutar contra a abstenção dos indecisos do PSD que estão desgastados com o Santana Lopes.
E como é que se mobiliza um indeciso laranja ? Defendendo o valor da Maioria Absoluta. Que como é óbvio é um valor que lhe é caro. Ou seja, defender a ideia que mesmo não gostando de Sócrates, votem nele porque o PSD não vai ganhar e o país precisa de um governo com maioria.
E chegamos ao nosso querido Jorge Sampaio.
Se eu tivesse tempo e paciência iria procurar o que ele disse na campanha de 1991, que perdeu contra Cavaco. De certeza que encontrava discursos contra as maiorias absolutas.
Mas agora como lhe interessa já as defende. E resolveu defendê-las em plena pré-campanha. Quando começam a sair sondagens. Que coincidência.
Sem falar que vamos para eleições porque ele dissolveu a maioria que havia.
Alguém disse que a dissolução tinha sido o último acto presidencial.
Ficamos agora com a certeza que foi o primeiro partidário.