Consumo imediato
A morte de Álvaro Cunhal, de Eugénio de Andrade e de Vasco Gonçalves quase em simultâneo fez com que a atenção das pessoas e da comunicação social se repartisse. E foi sempre em favor de Cunhal, o que não deixando de se perceber as razões, sobrou uma pequena mágoa que o poeta não tivesse tido a atenção que merecia.
Vamos então imaginar que por uma coincidência incrível, neste fim de semana tinha ocorrido também o último conclave. O que fariam então as televisões ? E de que falariam as pessoas ?
Hoje em dia, a reacção a uma notícia por parte das pessoas está dependente da cobertura mediática que lhe for feita. As imagens repetidas até à exaustão, os directos, os comentários, as análises, etc, fazem com que um acontecimento seja de maior ou menor importância. Por exemplo, a morte do Féher, que na prática não passou de alguém que teve um ataque cardíaco, mesmo sendo um jogador de futebol, e sabemos da importância do futebol, teve a cobertura que teve porque naqueles dias não aconteceu mais nada, mas principalmente porque havia imagens que até foram transmitidas em directo. E depois repetidas e repetidas e repetidas.
A morte do Cunhal, que dominou o interesse público nestes últimos dias, com o eleição do novo Papa a decorrer seria certamente rebaixada para segundo plano e o Vasco Gonçalves não passaria de uma nota de rodapé.
Significaria isso que a morte do companheiro Vasco deixaria de ter tido qualquer interesse ? Claro que não. Mas nesta sociedade de consumo imediato, teria passado despercebida. E uma morte que passa despercebida é uma vida que passa despercebida.
Vamos então imaginar que por uma coincidência incrível, neste fim de semana tinha ocorrido também o último conclave. O que fariam então as televisões ? E de que falariam as pessoas ?
Hoje em dia, a reacção a uma notícia por parte das pessoas está dependente da cobertura mediática que lhe for feita. As imagens repetidas até à exaustão, os directos, os comentários, as análises, etc, fazem com que um acontecimento seja de maior ou menor importância. Por exemplo, a morte do Féher, que na prática não passou de alguém que teve um ataque cardíaco, mesmo sendo um jogador de futebol, e sabemos da importância do futebol, teve a cobertura que teve porque naqueles dias não aconteceu mais nada, mas principalmente porque havia imagens que até foram transmitidas em directo. E depois repetidas e repetidas e repetidas.
A morte do Cunhal, que dominou o interesse público nestes últimos dias, com o eleição do novo Papa a decorrer seria certamente rebaixada para segundo plano e o Vasco Gonçalves não passaria de uma nota de rodapé.
Significaria isso que a morte do companheiro Vasco deixaria de ter tido qualquer interesse ? Claro que não. Mas nesta sociedade de consumo imediato, teria passado despercebida. E uma morte que passa despercebida é uma vida que passa despercebida.
Os noticiários hoje em dia, são incríveis, quanto ao imediatismo até à exaustão com que mostram as imagens.
Destas três partidas que estes dias se falaram, comento apenas: de Eugénio fica a poesia linda, portanto está perpertuado; Cunhal, fica a memória da fortaleza de um ideal, dos desenhos e pinturas que tão bem criou; de Vasco Gonçalves, a História do 25 de Abril, o recordara para sempre. Só quem andar distraído nesta, vida poderá esquecer estas três vidas.
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