Os prazeres e os vícios
A propósito deste excelente post sobre o caso betandwin n’A Arte da Fuga.
Devemos acrescentar: e bem!— que não é função do estado proteger-nos dos nossos vícios, atender às nossas necessidades, ou recompensar-nos pelas nossas virtudes, especialmente porque tende a fazê-lo com as receitas arrecadadas com o alívio compulsivo dos frutos do trabalho dos cidadãos.
Apetece-me falar de droga.
Porque eu vejo muitas semelhanças entre os dois vícios. Ou melhor, nos dois prazeres, porque dependerá sempre do ponto de vista. E não pensem que estou a falar do consumidor, mas sim do vendedor. Do ponto de vista do Estado os casinos, a lotaria, o tabaco e o álcool são prazeres que devem ser degustados devagarinho. Mais à frente vou explicar porquê.
Mas a betandwin, as rifas, o haxixe e até mesmo as heroína e as restantes duras são um vício que destrói famílias, empregos, saúde e que leva à ruína do ser humano. O facto de o tabagismo e o alcoolismo serem as causas de (não me apetece procurar os números) uma percentagem enorme das causas de morte (directa e indirectamente, como as mortes na estrada) não são obviamente argumentos suficientes para os proibir. De igual modo, as pessoas que chegam ao extremo de elas próprias, num momento de lucidez, pedirem aos casinos para as proibirem de entrar também não comove o poder político.
Curiosamente os prazeres controlados pelo Estado nunca são medidos pela mesma bitola dos outros vícios. Na droga, o consumo exagerado e descontrolado de poucos serve de fasquia mínima para se proibir o consumo a muitos. Se o Estado legisla a droga mediante o comportamento dos drogados, porque não legisla o álcool pelo comportamento dos alcoólicos, ou o jogo pelos dos viciados dos casinos ? A duplicidade de critérios é aberrante e tem como única explicação a velha explicação : Dinheiro. Neste caso em forma de imposto. Se permite os prazeres é porque os consegue controlar e como tal tributá-los. Apesar de tudo, os vícios são mais difíceis de tributar. Como se tributa um charro ? E uma rifa ? Só a logística envolvida desencoraja qualquer um.
Claro que não estando com os copos, não me esqueci que o problema da droga não é português. O problema é que eu acho que a droga não é um problema. Ou então é um problema tão grande como o álcool. E o problema do álcool também não é português. (afinal talvez esteja).
Mas, e voltando a atrás, porquê devagarinho, dizia eu ? Porque devagarinho, o consumo é maior, logo a tributação é maior. Para o Estado, o consumo de décadas em álcool, tabaco e bilhetes do totoloto é uma forma de estar na vida. Quem é que quer ter uma pessoa viciada durante dois anos quando pode ter essa mesma pessoa a desfrutar de prazeres durante toda a vida ?
E termino porque estou com uma secura na boca que não aguento mais.
Viciante também são o queijo fundido e as tiras de presunto. A questão está em que os efeitos secundários destes prazeres acontecem lentamente dando a oportunidade a quem se vicia de os largar enquanto é tempo. No caso das drogas duras (e mesmo de algumas leves) os efeitos são fortes e rápidos não dando hipótese de voltar atrás. O jogo e a bebida são dois vícios legais e bem mais propagados que o das drogas mas existe muito mais gente a roubar para pagar a próxima dose do que para pagar a próxima rodada. É preciso analisar tudo isto e marcar a fronteira. Para mim esta deveria ser algures entre o tabaco e as drogas leves.
10:27 AM
Ao ritmo que o tabaco está a aumentar, não sei se não chegaremos a ver pessoas a roubar para comprar mais um maço. :-)
De qualquer das maneiras, o meu problema é precisamente neste ponto : O Estado proíbe a vício rápido para a seguir ganhar dinheiro com o vício lento.
E sendo eu fumador desde há 22 anos, tenho alguma dificuldade em aceitar essa coisa de “largar enquanto é tempo”. Porque no tabaco e o álcool isso não existe. Só existe o “enquanto eu tiver saúde e dinheiro para comprar”. O que pode durar uma vida inteira. Eu por exemplo estou a preparar-me para iniciar a 17º tentativa para deixar.
De resto, se é evidente que existe um problema de criminalidade associado ao consumo das drogas duras, não o deixa de ser também que esse problema existe no actual estado de proibição, ou não ? A questão da liberalização é saber se o consumo aumentaria. Sinceramente tenho algumas dúvidas.
11:27 AM
...gostaria de o ver escrever, a propósito, sobre a vício do sexo e a enorme receita fiscal que o Estado tem vindo, inconscientemente..., a perder por não reabrir as casas de passe. Por que será?
7:41 PM
As casas de passe só são proibidas de se chamarem 'casas de passe', porque de resto tudo é permitido.
Têm outros nomes, como casas de alterne, casas de strip, etc. Mas que existem, existem.
Quanto às prostitutas, até fazem publicidade. Basta ler a página 'relax' do JN.
10:43 PM
hmmff.... caro Mário, obrigado. Fiz um post comprido a responder mas o PC foi-se abaixo... amanhã tento compensar.
Um abraço,
AA
11:05 AM
E INTERESSANTE COMO PESSOAS COM SENTIDO DE HUMOR REFINADO ABORDAM QUESTÕES DE TAMANHO ACTUAL COM SIMPLICIDADE, DIRECCÃO E ENTUSIASMO. vALEU A PENA LER O ARTIGO TAL QUE ME IDENTIFIQUEI COM ELE. CHIVITE
4:49 PM
Excellent, love it!
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8:18 PM
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