Mais um a caminho do Brasil
(Imagem retirada do Verbo Jurídico Blog)
O Sr. José Lopes Cardoso, motorista profissional a trabalhar para o Estado no Ministério dos Negócios Estrangeiros, estava “especialmente” (leia-se : sempre que fosse preciso), encarregado do “apoio automóvel” (tradução : Ó Cardoso, leve-me às Amoreiras e depois deixe o menino na Maxmen) da "família directa" (não perguntem - deve ser um termo jurídico) do Prof.Dr.Diogo Freitas do Amaral.
No entanto, quando “por uma razão, ou por outra”, a “família mais próxima” (mais próxima é mais afastado do que directa, por isso devem ser os primos e as tias), precisava dos seus serviços, o Cardoso não desiludia, antes pelo contrário. Inclusivamente, os conduzidos gostaram tanto que fizeram questão de o transmitir ao primo e sobrinho.
O que me leva assim à seguinte questão : Por que é que o Sr.Ministro não refere que a “família directa” também gostava muito dos serviços do motorista, quando este até lhes estava “especialmente” atribuído ? Lendo bem o louvor, é impossível não reparar que as inúmeras qualidades do Sr.José Lopes Cardoso são fruto apenas da opinião do Prof. Freitas do Amaral, e assim sendo, só podemos concluir que o trabalho do Cardoso não agradou à ”família directa”.
Tentando adivinhar os motivos, penso que devem residir nas viagens não programadas que, “por uma razão, ou por outra”, ele tinha que fazer para a “família mais próxima”, donde se conclui que o pobre homem devia trabalhar em permanente stress. No espelho retrovisor, o olhar desconfiado da “família directa” e no telemóvel, à espera de uma folga, 17 chamadas não atendidas da “família mais próxima”.
Por isso, e porque imagino que não deve ter sido fácil, também eu aqui louvo o Sr. José Lopes Cardoso, e espero que a bem dele o Ministério dos Negócios Estrangeiros tenha aprendido a lição : O nosso herói não precisa de louvores, precisa é de um colega.