A Quadratura do Círculo Socialista
Se por estes dias, num momento de lucidez política, Mário Soares desistir a favor de Manuel Alegre e o PS obviamente tiver de ir atrás, como é que o poeta vai poder continuar a agitar a bandeira da independência, da liberdade, da candidatura do povo, supra partidária,etc ?
Objectivamente, a desistência de Mário Soares não favorece Manuel Alegre que se veria numa situação em que das duas uma : Ou rejeitava o apoio do PS, o que corresponderia a um suicídio político para ele e um assassinato político para o PS, ou aceitava e tinha que renegar toda a razão de ser da sua candidatura. A tal independência, liberdade, candidatura do povo, supra partidária,etc. Como costuma dizer o outro, não estou a ver como é que ele podia fazer a quadratura do círculo.
Poderia ele aceitar o apoio do PS, não o reconhecendo publicamente, deixando o PS numa situação de menoridade ? Ou, aceitando declaradamente o apoio do PS, não seriam os soaristas, descontentes e ressentidos, os primeiros a fazer ver a contradição ? E deixaria Cavaco Silva e principalmente a esquerda radical, de aproveitar a nova circunstância para captar os votos das franjas do PS, diminuindo ainda mais a votação que se projecta ? E, como é que o PS que não apoiou inicialmente Manuel Alegre, iria justificar agora o apoio sem ser numa base de segunda escolha ?
Por tudo isto, na minha opinião, para a esquerda democrática a melhor saída para o fratricídio que se avizinha seria a desistência de Manuel Alegre, por mais contraditório que seja com ele à frente de Mário Soares nas sondagens.
De resto, a teoria de que Primeiro-Ministro preferia ver Cavaco Silva na presidência cada vez faz mais sentido. A forma desastrosa, desconcertada e precipitada como o PS conduziu e está a conduzir as presidenciais não bate certo com o excelente político (não confundir com governante) que José Sócrates já se revelou.
(Publicado n’O Eleito)
Objectivamente, a desistência de Mário Soares não favorece Manuel Alegre que se veria numa situação em que das duas uma : Ou rejeitava o apoio do PS, o que corresponderia a um suicídio político para ele e um assassinato político para o PS, ou aceitava e tinha que renegar toda a razão de ser da sua candidatura. A tal independência, liberdade, candidatura do povo, supra partidária,etc. Como costuma dizer o outro, não estou a ver como é que ele podia fazer a quadratura do círculo.
Poderia ele aceitar o apoio do PS, não o reconhecendo publicamente, deixando o PS numa situação de menoridade ? Ou, aceitando declaradamente o apoio do PS, não seriam os soaristas, descontentes e ressentidos, os primeiros a fazer ver a contradição ? E deixaria Cavaco Silva e principalmente a esquerda radical, de aproveitar a nova circunstância para captar os votos das franjas do PS, diminuindo ainda mais a votação que se projecta ? E, como é que o PS que não apoiou inicialmente Manuel Alegre, iria justificar agora o apoio sem ser numa base de segunda escolha ?
Por tudo isto, na minha opinião, para a esquerda democrática a melhor saída para o fratricídio que se avizinha seria a desistência de Manuel Alegre, por mais contraditório que seja com ele à frente de Mário Soares nas sondagens.
De resto, a teoria de que Primeiro-Ministro preferia ver Cavaco Silva na presidência cada vez faz mais sentido. A forma desastrosa, desconcertada e precipitada como o PS conduziu e está a conduzir as presidenciais não bate certo com o excelente político (não confundir com governante) que José Sócrates já se revelou.
(Publicado n’O Eleito)