Pior do que a futebolândia, é este folhetim para o qual já não tenho a mínima paciência.
estão juntos ? e amam-se ? e está grávida ? e vão casar ? e se não, porquê ? ela não gosta dele ? ele não gosta dela ? mas terá outra ? e como é que se chama ? e ela sabe ? e ela deixa ? e porque é que deixa ? tem medo de o perder ? e foi por isso que engravidou ? e ele vai na conversa ? e se não vai, porquê ? o filho não é dele ? então de quem é ? ...
A notícia não faz capa de jornal. A notícia surge escondida, envergonhada. A notícia deixa de o ser. A notícia diz que Valentim Loureiro e Adelino Caldeira, dirigente do Futebol Clube do Porto, pressionaram, com sucesso, um juiz. A notícia diz que “O juiz desembargador António Gomes da Silva, presidente da Comissão Disciplinar da Liga Portuguesa de Futebol Profissional (CDLPFP), é suspeito de ter sido permeável às influências de Valentim Loureiro e de dirigentes do FC Porto”. A notícia surge no DN.
Quase um terço (32,3%) dos alunos da Universidade de Coimbra (UC) concorda com a prática de actos de violência física ou simbólica" no âmbito da praxe académica.
Ás de Trunfo
Foi o que jogou o PS ao propor que a Igreja Católica deixasse de estar representada no protocolo de Estado em Portugal.
Era uma ideia engatilhada, há muito, para o caso de, um dia,a esquerda vir a perder a Pesidência da República. O facto de tal proposta de lei nunca ter sido avançada enquanto Jorge Sampaio foi Presidente e ainda na época Guterres é sintomático e revela um certo revanchismo à Carrilho, criando um facto político ao pretender encostar à parede o mais alto magistrado da Nação. Se Cavaco deixar passar a lei trai o seu eleitorado católico. Se vetar a lei, coloca-se numa posição delicada face ao ideário ateu republicano de que se assumiu como mais alto representante ao aceitar ser Presidente da República.A hipocrisia deste tipo de iniciativas legislativas está bem patente se considerarmos que já houve muito tempo e oportunidade para o poder republicano de esquerda avançar com legislação neste domínio. Mas isso não foi feito por uma razão muito simples: um ás de trunfo tem o seu tempo para ser jogado. E esse tempo chegou.
Trata-se de criar um sistema e um país onde é possível simultaneamente o
seguinte:
- penalizar os casais que não têm filhos;
- despenalizar o aborto e comparticipar os actos médicos que o permitem
concretizar;
- continuar a obrigar os casais que não conseguem ter filhos a pagar a
totalidade dos tratamentos de fertilização.
Não é só um disparate.É COMPLETAMMMMMMMMMMENTE ABSURDO!
É fazer com que o Estado funcione em direcções antagónicas.
Sou a favor da despenalização do aborto.
Mas quem o quiser praticar, que o pague.